Sempre fico meio sem saber o que responder quando alguém me questiona sobre o estilo de música que eu gosto, e acabo dizendo o “não aceitável”: de tudo. Recebo constantemente aquele olhar de reprovação e, algumas vezes, surge a pergunta: “Mas até funk?”. Sim, funk! Por que não funk?
Há uma grande resistência por parte da sociedade em relação ao funk, que é alvo de preconceito e críticas, e muitos relutam em aceitá-lo como estilo musical ou movimento cultural. E sobre isso, eu apenas tenho a declarar que: entenda que cultura não é só o que você gosta, além de que, criticam, mas adoram descer até o chão nas festas! #estamosdeolho
Vou deixar o refrão do Amilcka e Chocolate explicar para vocês bem rapidinho:
É neste contexto que surge o grupo Gaiola das Popozudas, liderado por Valesca dos Santos, ou então Valesca Popozuda, atualmente em carreira solo. Quer queiram, quer não, é inegável o fato de que ela é um ícone cultural do país. Podem torcer o nariz, tentar desqualificá-la, ou fazer declarações preconceituosas, mas nada muda o fato de que Valesca é uma diva. E que fique bem claro: diva do que ela quiser!
Sendo assim, deixo aqui cinco motivos para respeitar e amar Valesca Popozuda. Começando por um gif biográfico, ao som da melhor música da década, claro.
1) My pussy é o poder
Engana-se quem pensa que Valesca não é um símbolo da luta feminista. Também se engana (e muito) quem vem com aquele papo de que “a mulher deve se dar valor/ao respeito (porque se não, quem vai dar?)” ou então aquela divisão chata entre “mulheres para casar” ou não, ou outras mil teorias intragáveis. Lugar de mulher é onde ela quiser, e isso diz respeito ao feminismo, isso diz respeito à Valesca. Muitos rotulam suas músicas como vulgares ou impróprias, mas, para mim, a mensagem é bem clara, ela defende um grande tabu da sociedade: a liberdade sexual feminina. Não é questão de “bom comportamento”, não é questão de opinião, é questão de respeito.
2) Virei absoluta
Uma pensadora contemporânea, dona de uma expressão que se transformou em conceito. Valesca e seu hit viraram questão de prova de filosofia em uma escola no Distrito Federal. Antes disso, Valesca já era tema de dissertação de mestrado no Rio de Janeiro, no qual o projeto discute que o funk seria o último grito do feminismo. Como se não bastasse, a loira também é tema do documentário “Da Favela Para o Mundo”, que conta sua trajetória. Algumas cenas do filme foram gravadas em Nova Iorque e na Europa. Pode cantar: “valeu, muito obrigada, mas virei absoluta” sim, Popozuda!
3) Late que eu tô passando
Iludidos os que acreditam que o sucesso da cantora surgiu no “late mais alto que daqui eu não te escuto”. Sim, é inegável que a música é o ápice de sua carreira, o clipe ter mais de 30 milhões de visualizações no YouTube (até o momento) provam o fato. Mas muito antes disso já existia – e arrasava – o “late que eu tô passando”. Indo para festa “de sainha”, cantando “hoje eu vou beber” e procurando um “otário pra bancar”. Porque “agora eu sou solteira e ninguém vai me segurar”: quase um hino de uma geração. #daquelejeito
4) Beijinho no ombro
Valesca desceu o morro e subiu na vida. Com todo o sucesso, hoje ela é figura constante na mídia, atingiu novos públicos, e é musa sem distinção de classe socioeconômica. Não é por acaso que famosas do Brasil e do mundo estão por aí dando beijinho no ombro. Entre elas: Gisele Bündchen, Dulce María, Narcisa Tamborindeguy, Demi Lovato, Ivete Sangalo, Susana Vieira, Tatá Werneck, eu, tu, e claro que mais uns milhões por aí. Acha pouco? O jornal inglês The Sun, por conta da Copa do Mundo, fez uma lista das 10 personalidades brasileiras que os estrangeiros devem conhecer. Não preciso nem dizer que Valesca Popozuda consta na lista, né? #eikebadalo
5) Sou gay
Valesca não só defende a luta feminista como também luta pelos direitos da comunidade LGBT, na busca pela respeito à orientação sexual do indivíduo. A cantora lançou uma música para celebrar o mês do orgulho LGBT: “Suei, beijei, gostei, gozei. Sou bi, sou free, sou tri, sou gay”. Além disso, ela já abriu um concurso para eleger uma dançarina transex e também já foi escolhida pela comunidade gay para ser madrinha de Parada da Liberdade LGBT.
Caso todos os fatos citados ainda não forem o suficiente para entender que Valesca Popozuda é uma diva, eu – e ela também – tenho apenas um recado: pega a sua inveja e vai pra…