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Channel: Música – Viés | O outro lado da rede
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Os ecléticos também amam

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Texto desenvolvido a partir da leitura do post De que banda você gosta?, de Andy Nadvorny.

Pois bem, venho aqui defender os ecléticos! Sim, pois sou um desses “insuportáveis” que “gostam de um pouquinho de tudo”. Entretanto, gostaria de começar dizendo que não é bem assim, que o eclético não necessariamente gosta de tudo. Preconceitos a parte, eu odeio funk carioca, não suporto pagode e acho que o sertanejo universitário vale menos que o esgoto da minha cidade.

Desmistificada a parte do “gostar de tudo”, vamos em frente. Segundo a autora do post acima citado, “Quem diz que é eclético não gosta realmente de coisa nenhuma”. Não é verdade. “…melhor que dizer que é eclético e ouve de tudo, porque no fundo isso quer dizer que ela não ouve nada a não ser que esteja tocando no rádio ou na balada.” Outra inverdade, pelo menos pra mim. Acho que a programação do rádio anda muito fraca, e com certeza ela não determina meu gosto musical, só me serve pra escutar a Liberdade (música gaúcha) ou jogos de futebol. Tampouco sou influenciado por música que toque na balada.

O eclético não consegue dizer do que gosta? O problema é dar nome aos bois? Então, vamos lá:

The Doors e seu rock transcendental…

Funkalister, banda de Porto Alegre que faz uma sonzeeeera!

Pink Floyd… ainda não inventaram palavras pra definir com precisão a maior banda de todas as dimensões…

Parliament-Funkadelic, roupas chamativas e um groove de estourar tímpanos

Ventania, alternativo-hippie-andarilho-das-BR’s

Bezerra da Silva, SAMBA de raíz… verdadeira música brasileira! Sem dor de cotovelo, pagodeiros…

Mas bah! Não podia falta a gauderiada! Jayme Caetano Braum, com participação de Cenair Maicá e Chaloy Jara

Eu acho excelente acordar ouvindo um Ramones bem alto, depois do almoço curtir um Bob Marley na boa, no meio da tarde partir pro Raulzito e na noite relaxar com um blues sacana das Velhas Virgens. Como isso pode ser ruim? O planeta é imenso, o número de bandas beira o infinito… Vejo como um desperdício se focar apenas em um nicho musical. As vertentes são tantas… A internet proporciona que se tenha contato com músicas MUITO loucas, como a indiana e a árabe, bem como o punkrock japonês. Sem contar que a música é como um reflexo do seu estado de espírito. Ou seja, não é sempre que vai ser legal acordar com Ramones a todo volume. Tem dias que pede um Tim Maia, ou Pink Floyd, quem sabe James Brown?

Vale frisar que nem sempre fui eclético. Lá pelos 16 anos, conheci Ramones e pirei. Só escutava esse tipo de som ou coisas muito semelhantes (punkrock). Só que os anos foram passando e eu vi que a música era muito maior que os famosos três acordes do punk. No Brasil então, o leque de variedades musicais de qualidade é impressionante, desde Tim Maia até Tom Jobim, passando por Chico Buarque, Nação Zumbi, Raimundos, Planet Hemp, Tom Zé, Racionais MCs, Zé Ramalho…


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